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segunda-feira, 7 de maio de 2012

A psicologia no Treino @ Gabi Fernandes

A psicologia no Treino de Futsal


Achei por bem colocar este tema em debate por variadas razões, mas aquela que mais me motivou, foi o recente acontecimento que se abateu na minha equipa, (falecimento repentino de um atleta).

A aplicação da psicologia no treino de Futsal tem sido, nestes últimos anos, muito importante. Acho que mais importante para nós, enquanto treinadores, do que para os jogadores, se bem que estes possam sempre beneficiar  do nosso conhecimento e avaliação dos mais variados fatores da conduta humana. Como reagir e lidar com os mais diversos comportamentos psicológicos numa situação de falecimento? Alguém tem um manual? Pois eu digo-vos que foi uma das tarefas mais complicadas da minha curta carreira de treinador.


Eu tenho por hábito, no inicio de cada época desportiva, criar um dossier do atleta, onde contempla variada informação. A criação do dossier tem em vista conhecer a relação do atleta com o clube, se teve ou não formação da modalidade e também académica, a sua vida pessoal. Realizo uma entrevista pessoal, embora sempre num contexto informal, e depois uma pequena reunião de grupo, onde tento avaliar a relação entre os atletas e a diferentes maneiras de reagir aos temas, esta reunião é feita sem eles saberem qual o verdadeiro objetivo.


Dentro dessa base que criei, onde vou sempre acrescentando alguns pontos que acho pertinentes, existe um que acho muito importante: a coesão de equipa. E foi aí mesmo que me sustentei para lidar com a situação vivida.Sem rodeios, nem tentando fugir ao tema, fui encontrando argumentos para levantar o moral. É verdade que todos chorámos, todos sentimos muito aquela dor, mas também é verdade que todos nos unimos em torno do que era realmente fundamental, honrarmos a memória dum amigo.


Os treinos dessa semana foram baseados em exercícios de grupo, onde todos dependiam uns dos outros. O objetivo final só podia ser alcançado mediante a intervenção de todos os elementos do grupo, sem esquecer, como é lógico, o jogo seguinte.Existem fatores que nos alertam para os diferentes rendimentos dos atletas, e nesse aspeto eu considero que ao estarmos munidos de avaliação psicológica vai facilitar a nossa intervenção.


Normalmente o que era realizado para trabalhar a coesão e espirito de grupo era os jantares, reuniões, ver espetáculos ao vivo, etc. Mas penso que o que se pretende nesta modalidade é a coesão na realização das tarefas, logo é dentro dessas tarefas que teremos de atuar, ou seja todos têm de trabalhar em prol do coletivo.Existem variados exercícios para trabalhar essa tarefa coletiva, o mais usual será no início do treino o passe e receção entre todos, num espaço limitado utilizando variadas formas de passe e mais para o final do exercício limitando os toques na bola. Mas também poderemos e devemos transformar esse exercício aplicado ao nosso modelo de jogo, seja ele defensivo ou ofensivo.Estes exercícios, não só servem para trabalhar a coesão de grupo, como também melhorar a parte técnica e decisória  dos jogadores, principalmente na nossa realidade.


Relembro que estou a falar duma realidade em que todos são atletas amadores e têm uma ocupação (trabalho ou estudo) diária, em que os diferentes fatores psicológicos são postos em causa.

Por isso mesmo quando "exigimos" dos nossos atletas a concentração, intensidade e o "dar o máximo", não nos podemos alhear do tudo o que eles já passaram nesse mesmo dia de treino. Temos de os saber motivar, quer a nivel dos exercícios de treino, quer através da nossa conduta como responsáveis do grupo.


Posto isto, para mim é fundamental e precioso a psicologia no treino de Futsal
Bem hajam.
Gabi Fernandes