terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A importância da Observação de Adversários na planificação do microciclo @ Rogério Serrador


No contexto actual, e visando sobretudo o aumento das possibilidades de se ser mais forte que o nosso opositor, é absolutamente crucial o trabalho de observação a esse mesmo adversário.

Será a observação prévia e atempada, que nos fará decidir da melhor maneira a estratégia a delinear para uma determinada partida. Sem o conhecimento necessário da equipa que vamos defrontar, qualquer tipo de plano que tenhamos para o jogo será sempre um "tiro no escuro".
Também ao nível do microciclo, é fundamental o conhecimento detalhado que possamos ter do nosso opositor. Nas unidades de treino desse microciclo, o treinador terá o cuidado de prepara a sua equipa por forma a potencia-la, no sentido de explorar os pontos mais fracos do seu adversário. Por outro lado, e no mesmo sentido, será também em treino trabalhada a estratégia para "reduzir" ou tentar "controlar" os pontos mais fortes desse mesmo adversário.
Assim sendo, no meu ponto de vista, torna-se impossível planificar um microciclo em período competitivo, sem uma cuidada observação da equipa que vamos defrontar.
Deixo-vos aqui um Power Point que apresentei nas Jornadas Técnicas 2010, com o resultado de uma observação super simplificada a um adversário e a estratégia a aplicar no referido jogo, que no meu ponto de vista é possível efectuar por qualquer treinador interessado.


Este é o meu ponto de vista, aguardo comentários e opiniões, que nos permitam trocar informação e conhecimento.
Cumprimentos, Rogério Paulo Serrador.

30 comentários:

Concordo plenamente. O ano passado tive o privilégio de trabalhar, na minha opinião, com o melhor "scouter" português, o Nuno Dias. No IDJV as equipas eram analisadas ao pormenor, e tínhamos sessão de vídeo do adversário todas as semanas. Quer em vídeo e/ou powerpoint o adversário era analisado ao pormenor e sem dúvida que foi um dos aspectos mais importantes e que fez a diferença em muitos jogos contra equipas que pouca ou nenhuma importância davam a isso. Aliás, percebe-se perfeitamente quando o nosso adversário fez "scouting" sobre a nossa equipa.

Nos escalões inferiores não é fácil arranjar videos pois a maior parte das equipas não faz scouting, os treinos semanais são poucos e alguns dos Treinadores nem se importam com essa questão.

Deixo uma sugestão que o "Scouting" deveria fazer parte da formação dos Treinadores

P:S: Esse Powerpoint que postaste era sobre a equipa de Juniores que treinava nessa altura :P Boa análise

Sem duvida que é muito importante fazer uma observação da equipa adversária...Concordo com o Pipa quando diz que o "Scouting" devia fazer parte da formação de treinadores. É sem duvida um ponto importante para sabermos como e o que trabalhar durante a semana para anular e e surpreender o adversário. A realidade (a minha 1ª distrital) é que não é fácil arranjar vídeos das equipas que vamos defrontar, mas uma observação in loco chega perfeitamente para analisarmos o nosso adversário (e depois da primeira volta do campeonato com certeza será mais fácil fazer o "trabalho de casa" e transmiti-lo aos jogadores.

O "scouting" que o mister Rogério fez na final da taça contra a ADRMata o ano passado estava muito bom, ao ponto de os meus colegas dizerem em tom de brincadeira que o mister do Casal Velho sabia melhor os cantos/foras etc que alguns jogadores da nossa equipa...e a verdade é que soube anular esses lances de estratégia devido ao estudo prévio.

Grande Abraço Misters...

Ainda assim, gostava de ver debatida a questão que no meu entender é a mais pertinente.
Como planifica o treinador um microciclo em período competitivo, sem análise detalhada do adversário???
Será que existe alguém que o faça?

Como o Pipa diz, no IDJV era essencial, tal como o é na realidade do Rogério. E a esses níveis, é meio caminho andado para vencer um jogo. Conhecendo o adversário, explorando os pontos fracos e tentando anular os pontos fortes, é uma grande vantagem para qualquer equipa. E a inclusão dessa observação no microciclo é, na minha opinião, a melhor maneira de passar a mensagem para os jogadores.

Para mim, a observação dos adversários é muito importante, mas na realidade onde me insiro é muito complicada. Se considerarmos que na 2ª divisão o futsal é pouco trabalhado torna-se difícil analisar uma equipa que muitas vezes apresenta um jogo com base num sistema mas um bocado aleatório e anárquico, sem grande sistematização. Há excepções, claro, mas por norma é difícil retirar muito de uma análise além de bolas paradas, atitude defensiva e ofensiva, etc.

Neste aspecto, o Veiga é o que está mais inserido na minha realidade, se bem que na 1ª já há mais qualidade quando comparado com a 2ª. E concordo com o Veiga, observar jogos ao vivo das equipas é mesmo a melhor maneira de retirar informações. Por acaso, o ano passado até fiz de “scout” para o Veiga ;) Enviei-lhe um ficheiro que costumo dar aos meus jogadores com a análise de uma equipa que ele ia defrontar para a Taça. Se quiserem posso por aqui, como exemplo do que faço para a minha equipa.

Rogério, muitas vezes preparo um microciclo sem grandes informações do adversário, embora veja vários jogos de todos os adversários bastante tempo antes de jogar com eles. Mas pelas razões que apontei acima, tirando algumas excepções, há poucas equipas com organização suficiente para que se possa retirar informações detalhadas sobre elas, o que leva a que prepare os treinos com base em alguns aspectos essenciais. Se o adversário defende muito baixo, se e como pressiona, se e como organiza o ataque, se é rápido nas transições ofensivas, como e onde defende, como marca livres/cantos/foras, se há jogadores preponderantes na equipa, etc, etc. Nada muito pormenorizado, pois é difícil retirar pormenores quando há pouca organização.

Para responder à tua pergunta, acho muito difícil planificar um microciclo sem analisar o adversário, pois a informação que obtivermos será sempre uma vantagem perante o jogo e passível de treinarmos uma abordagem ao jogo ou estratégia conforme essa informação. E já agora, há pessoas que o fazem. Há muitos treinadores que não se dão ao trabalho de fazer o “trabalho de casa” sobre as outras equipas, simplesmente treinam e no jogo logo se vê. Claro que a meu ver, entram no jogo logo em desvantagem, principalmente se o adversário os tiver observado e trabalhado durante a semana essa informação com a sua equipa.

Abraço.

Acredito que uma boa parte dos Treinadores (mesmo em Divisões Nacionais) que não faz Scouting. É como o Luis diz, simplesmente treinam, muitas das vezes fazendo exercícios que em nada tem a ver com a preparação de uma equipa para o jogo. Mas, sejamos directos, essas equipas raramente vão longe.

Boa tarde a todos...

em 1º lugar agradecer as palavras elogiosas do meu amigo Pipa...

Mais um excelente tema... acho importante que o scouting faça parte dos cursos de treinador, mas somente a partir do nível 2... até por todas as razões apontadas...Felizmente esse é já um tema abordado e trabalhado no nível 3...

eEm relação ao scouting, deixava aqui umas sugestões:
a) considero que seja benéfico menos informação escrita;
b) que toda a informação seja fundamentada com power point e cortes em video;
c) a primeira analise deverá ser colectiva: organização ofensiva e defensiva;
d) posteriormente uma análise individual a algum jogador que seja mais influente (movimentos frequentes, melhor pé, caracteristicas ...)
e)lembro que por vezes o excesso de informação tambem pode ser prejudicial... ou seja, devemos nos focar no essencial naquilo que é mais importante...

relativamente à ultima pergunta que o rogério faz, tenho a dizer o seguinte...ou melhor, pergunto o seguinte...
quantos são os treinadores que elaboram microciclos semanais, sabendo que microciclo semanal pressupõe preparação/planificação atempada???

Amigo Nuno...
Não quero acreditar que nas divisões nacionais, e em pelo menos 50% das equipas da divisão de honra, os treinadores não elaborem (citando-te)"...microciclos semanais, sabendo que microciclo semanal pressupõe preparação/planificação atempada???..."
Não posso acreditar que isso seja possivel.
Se for verdade fico desiludido, muito mesmo, afinal o que é ser apaixonado por futsal??? é dar treinos e ir aos jogos?

Caro Luís!
Concordo com quase tudo o que disseste!
Só te vou dar uma opinião, se me permites, mesmo as equipas mais desorganizadas têm processos de jogo que se podem observar, por muito arcaicos ou rudimentares que sejam. Esses processos normalmente resultam da criação de rotinas que se ganham fazendo um determinado tipo de treino que consiste em aquecer e jogar 5x5. Mas ainda assim, essas rotinas )mesmo que nada tenham a ver com a nossa visão do que é o futsal), podem ser identificadas com uma observação mais especifica, e verás que assim consegues ir muito mais preparado e com a tua equipa mais confiante sempre que jogares com equipas dessas.

A preparação e elaboração do microciclo semanal, como eu a entendo, pressupoe que esteja perfeitamente identificado todos os conteúdos a realizar nessa semana, por unidade de treino!!!

não basta dizer a que dias da semana treinamos e se é técnico, táctico, físico... técnico/táctico, técnico/físico, táctico/físico...
isto parece-me muito superficial e que não nos diz nada...

Muito sinceramente acho que estás enganado... infelizmente!!!

Olá Rogério.

Quando falei em equipas desorganizadas, se calhar expliquei-me mal. Claro que todas as equipas têm alguma coisa definida, nem que seja o “entrosamento” ganho entre os jogadores no jogo 5x5 no treino, como dizes. Se calhar expliquei-me mal, mas no fundo era isso que queria dizer quando falei em “atitude ofensiva e defensiva”. Falei em atitude pois não se pode considerar bem organização. E por isso é que vejo vários jogos de cada equipa antes de os defrontar, para “filtrar” esses aspectos que falei, pois são mais difíceis de identificar quando há pouca organização.

Em relação à questão levantada pelo Nuno Dias, acho incrível que haja treinadores nos nacionais e mesmo na div. honra que não preparem bem os conteúdos e objectivos adequados a cada microciclo, pois isso é fundamental! Então como fazem? É aleatório? É que sendo assim é como o Pipa diz, raramente vão longe…

Para ser sincero, não tenho grande experiencia de treino, e o contacto com outros treinadores é pouco ou nenhum. Parece que vivo numa ilha, lol. Falei de alguns que sei que não fazem nada de “scounting”, mas sempre achei que nos nacionais e grande parte das equipas da honra o fizessem… Sem falar na questão que o Nuno Dias referiu em relação à preparação de microciclos…

Continuem a publicar aqui no blog, é sempre bom poder discutir assuntos ligados ao treino com alguém!

Abraço.

Na minha opinião, o futsal, principalmente de alto nível, é feito de pormenores, e é decidido em pormenores. O "scouting", quanto a mim, é mais um desses pormenores. É mais uma arma que temos, que pode muitas das vezes definir uma vitória, até mesmo um campeonato.
Se para mim scouting deve ser feito? Deve.
Se todos os treinadores da 1ª Divisão Nacional fazem? Tenho dúvidas
Se todos os treinadores da 2ª Divisão Nacional fazem? Não.
Se todos os treinadores da 3ª Divisão Nacional fazem? Não.
Se mais de 20% dos treinadores dos campeonatos distrital fazem? Não.

Porque não é feito o scouting?
Má formação dos treinadores, falta de formulação de objectivos, não ter jogos dos adversários e principalmente a actual situação financeira em que nos encontramos. Hoje em dia, qual é o treinador da 2ª e 3ª divisão que tem a possibilidade de se deslocar mais de 100 Km para ver um jogo de um adversário?

Já agora deixo aqui uns tópicos, com a minha opinião:
- O scouting é uma arma moderna que está em evolução, e não está ao alcance de qualquer um.
- Muitas das vezes está associado apenas a jogos gravados, quando podemos deslocar-nos aos pavilhões e utilizar o melhor instrumento inventado até hoje, o olho.
- Na minha opinião não se deve alterar um modelo e princípios de jogo em função do adversário.
- Para jogadores pouco inteligentes o scouting transmite uma ideia de medo do adversário.

Penso não ter mais nada a dizer,
Espero que continuem com os posts, e já agora, lanço dois desafios ao professor Nuno Dias, gostava que fosse abordado futuramente, estes dois temas: “ Formação – vencer ou crescer?” e “O treino de musculação no futsal”

Tambem gostei desta ultima intervenção...
Não sendo eu dono da razão nem nada que se pareça, terei muito gosto em trocar ideias e conhecimentos sobre este dois temas sugeridos.
Amigo Pipa: Gostava que fossem colocados estes dois temas como post, para falarmos sobre eles...ok?
E já agora, todos falamos abertamente sobre os assuntos, deste modo, não querendo ser indelicado, podia-se apresentar, fazendo deste blogue uma "mesa redonda" de conhecidos (mesmo não o sendo...)

Gostava no entanto de comentar o que diz respeito ao scouting propriamente dito:

Ponto 1 - Se scouting é dizer aos jogadores: atençao que eles (benfica) jogam com o César Paulo que é um pivô muito forte canhoto, e que segura muito bem, e o joel finaliza de todo lado; atenção (Sporting) que o Deo é muito rápido e quase sempre dribla para fora; cuidado (Módicus) que o Nandinho apesar de ser canhoto, finaliza quase sempre de direita após ameaçar de esquerda e enrolar para fora; temos que ter atenção (Freixieiro) porque são uma equipa fortissima nas transições e não podemos perder a bola sem finalização...
Este tipo de informação parece-me lógico que todos os treinadores da 1ª divisão com o minimo conhecimento da competição "oferecem" aos seus jogadores. Este tipo de feedbacks, são reais e importantes, mas pouco tem a ver com o que é o Scouting...

O Scouting deverá ter um conjunto alargado de situações padrão, e que caracterizam a organização de jogo do adversário... deste modo, duvido seriamente que todos os treinadores da 1ª divisão o façam...

Ponto 2 - No que diz respeito á formação de treinadores, e sendo um assunto que me diz respeito directamente, uma vez tambem eu ter sido responsável por essa mesma formação, gostava de dizer que até um determinado nível (e estou a falar de treinadores candidatos inicialmente ao nível 1), devido à carga horária dos conteudos, e a quem se destinam, não considero muito importante focar assuntos ligados ao tema Scouting! Parece-me sim, tal como foi minha principal preocupação nos cursos que leccionei, entre outras coisas, fazer com que os formandos abandonassem de uma vez por todas as ideias de treino ligadas a Periodização Convencional, e que fossem corajosos e destemidos na aplicação da Periodização Táctica e todos os conceitos a ela ligados, por exemplo "modelo de jogo" e que tudo se desenvolve através dele!!! Essa foi a minha grande luta!

Ponto 3 - quando diz que in loco se vê melhor do que em vídeo, eu não tenho duvidas nenhumas disso! Aliás, muitos foram os jogos que eu me desloquei para observar adversários, com caneta e papel na mão, para fazer os meus desenhos... No entanto, muitos foram os jogos de campeonatos (1ª,2ª ,3ª, e campeonatos distritais) que fui ver, onde vi bastantes treinadores, sem tirarem uma unica nota do que viam... (foram ver a bola certamente...)
No entanto a fundamentação em vídeo é importante, se pretendermos mostrar alguns exemplos à nossa equipa.

Ponto 4 - O scouting não implica alterar principios! o scouting diz nos onde e em que situações devemos estar precavidos/preparados e como podemos ajustar alguns pormenores. Por exemplo: se o adversário normalmente troca na 1ª linha e defende zona 2:2,então, na minha opinião, devemos treinar a nossa movimentação padrão explorando mais vezes apectos de forma a contrariar essa zona, explorando o apoio interior de meio e em que o nosso lado contrário deverá afundar pelo corredor!
Isto não é alterar o modelo, é dentro do modelo definido, trabalhar a tomada de decisão mais conveniente!

Ponto 5 - Se o scouting for realizado somente para determinado(s) jogo(s), até posso entender que houve uma preocupação do treinador para esse jogo que não houve em outros... e aí, não é só medo dos jogadores...
Se o Scouting (como eu o entendo), for realizado com a mesma seriedade quer seja para o campeão nacional, como para o ultimo classificado, não me parece que os jogadores irão considerar a ideia de medo (só se forem mesmo pouco inteligentes...). Por exemplo: Na época passada o scouting realizado para os jogos contra o Alpendorada e Mogadouro da época passada, foram realizados com a mesma seriedade que contra o Sporting ou Benfica!

abraço e penso ter dado o meu ponto de vista... certo ou errado??? não sei... é o meu ponto de vista!!!

Um cumprimento a todos os participantes e em especial aos "fundadores" deste espaço de excelência para quem gosta de Futsal.... Um abraço especial ao meu amigo Nuno Dias, na minha opinião do melhor que temos em Portugal a "PENSAR" futsal....

A minha realidade é o futsal distrital ... Divisão de Honra ... AFCoimbra ...

Scouting...Uma palavra que a maioria dos mister's das divisões inferiores nem sabe o que significa... Porque nunca teve acesso a informação sobre o assunto.

Eu considero o Scouting como uma ferramenta poderosa se utilizada correctamente, concordo plenamente com o Nuno Dias quando diz que scouting é muito mais do que indicações gerais sobre o adversário, isso todos os treinadores sabem sobre o adversário. Agora conhecer padrões de movimentações, características individuais de cada um dos jogadores, organização defensiva, organização ofensiva, Estratégia (foras, cantos, livres, 5x4 ofensivo, 5x4 defensivo, como se comporta em inferioridade (3x4), como se comporta em superioridade (4x3), como realiza as transições (defensivas e ofensivas), Quem marca os livres de 10m, como marca...Isso na minha opinião poucos fazem. MAs penso que é uma questão de tempo, pois se queremos evoluir e ganhar, teremos que se adaptar cada vez mais à competição de TOP.

Eu não faço scouting para todos os jogos, porque não tenho essa possibilidade... Os jogos da minha divisão são todos à mesma hora e eu sou o único treinador na minha série que grava todos os jogos. Já tentei com outros treinadores fazermos permutas de jogos, mas nunca se mostraram receptivos, porque não gravavam todos os jogos ou por isto ou por aquilo!!!(A minha opinião é que eu iria ver muitos jogos desse adversário....Pensamento tipicamente português).
Visualizar in loco, apenas tenho possibilidade quando a minha equipa folga, aí sigo com a minha "biblia" de apontamentos para ver um jogo, mas durante o jogo sou alvo de olhares e comentários tipo "Olha aquele pensa que é mais do que os outros...leva isto demasiado a sério...olha aquele pensa que é profissional... O clube dele paga-lhe bem..." (Eu é que pago....lol)

O scouting que tenho possibilidade de fazer é quando jogo para a taça com uma equipa de outra série e aí existe um colega com quem troco videos...

Em resumo, na distrital é muito complicado fazer um trabalho de qualidade a nível de scouting e qaundo se faz é baseado quase sempre em video...(meu caso)

O mister Paulo Serrador pergunta e bem....Como planifica o treinador um microciclo em período competitivo, sem análise detalhada do adversário???

No meu caso pessoal, planifico o microciclo potenciando sempre os aspectos tácticos do meu modelo de jogo. Ou seja, como não tenho muitos conhecimentos do meu adversário, tento potenciar a minha forma de jogar....

Esta é a minha opinião
Desculpem se me alonguei...

Saudações Desportivas

ManuelCantante

O ano passado treinei uma equipa das camadas jovens (UDL - Juvenis), e se durante a fase regular do campeonato apenas vi os jogos dos meus dois adversários diretos antes de os defrontar e antes do jogo fiz aquele scouting do tipo atenção ao jogador x que faz isto e atenção a este fora que eles fazem sempre (dentro deste género), depois para a fase de apuramento de campeão distrital, preocupei-me em preparar a minha equipa para os grandes embates!
Fui observar dois dos 3 adversários in loco de caderno e papel na mão! O outro não tive possibilidade de observar...
Fiz um power point pormenorizado com o modelo ofensivo, defensivo, bolas paradas (sabia o nº/nome que chamavam a cada uma) e jogadores mais fortes de ambas as equipas (IDJV e Casal Velho)...
Passei a informação toda aos meus jogadores, e durante a semana que antecedia o embate com essas equipas, adapetei os principios de jogo ao modelo adversario e trabalhamos como defender todas as bolas paradas adversarias...
No entanto, chega-se a esses dois jogos, e no do idjv, livre a favor deles, aviso os meus jogadores do que a equipa adversaria vai fazer, e na sequencia do livre é golo! Canto a favor do Casal velho, pedem o respetivo nº, aviso qual é o canto e o que vao fazer, na sequencia do canto...golo!
Tenho a dizer que não há nada de mais frustrante para mim como treinador que esses dois lances... lances que estudamos ao longo da semana e que apesar da qualidade dos intervenientes não podemos sofrer...
O que há de errado quando isto acontece? Quem é o "culpado"? Treinador ou jogadores?

Mica12

Em 1º lugar uma palavra ao meu amigo Cantante, que seja bem vindo as estas "conversas de futsal". Só te esqueceste de dizer que és actualmente um grande estudioso no que diz respeito à Periodização Táctica e como tal, será um dos temas a propor futuramente. Dou-te tambem os parabens pela coragem na mudança que fizeste na tua equipa no que diz respeito à alteração metodológica no treino. Pelo que entendi, sei que revolocionaste a tua equipa mas que estás a colher alguns frutos... parabens e bom trabalho... e não deixes de continuar a levar o teu "bloco de notas" para os jogos que assistes, só porque outros criticam!!!

Em relação ao meu amigo Mica, jogador, treinador e pessoa que estimo e admiro muito (como todos sabem), queria dizer que acontece algumas vezes aquilo que disseste... No entanto, vendo pelo lado positivo, podemos concluir também que poderia ter acontecido muitas mais vezes e outras mais situações que alertaste... mas que não tiveram exito no adversário, e como tal, apenas te ficaram na memória aquelas em que a frustração se apoderou de ti...
Culpados??? É sempre a equipa o grupo!!! jogadores que não estavam concentrados naquele momento; treinador porque se alertou e não deu resultado, deveria ter alertado de outra forma, com outro discurso, com outros jogadores naquele momentento... enfim todos são culpados (equipa, grupo)...

Sabes o que fazer numa situação dessas??? "enche o peito de ar e bate com o pé no chão 3 vezes... hehehe"

abraços
Nuno Dias

Olá a todos

Estou a gostar desta discussão e apetece-me dizer o seguinte:
tal como o dinheiro, por si só, não traz felicidade mas ajuda MUITO, o scouting, por si só, não traz vitórias mas também ajuda MUITO...

A questão é mesmo se o scouting é bem aproveitado por quem o faz (ou tem acesso a ele). Se eu for um mau treinador e não souber ler o jogo, não souber planificar um microciclo ou se para mim o treino for umas peladas e umas "malhas" na pré-época para eles correrem que nem uns doidos, então não vou tirar grande proveito dele...
No entanto para quem quer evoluir, penso que é uma ferramenta muito boa, nem que seja para eu aprender como é que se faz (ou não se deve fazer).
Em relação ao ser ao vivo ou em vídeo, penso que a segunda opção é mais fácil de usar, porque se estava distraído ou não percebi como é que foi feito, posso ver e rever até perceber. No entanto, construí uma folha de observação que posso partilhar convosco. Não sei é como a colocar aqui. Se estiverem interessados... digam como devo fazer

Abraço a todos
Miguel Ferreira

Isso era óptimo para comparar Miguel! Força!
Parece que este blog tem cada vez mais seguidores! Acima de tudo seguidores activos que participam!
Um bem haja a esta iniciativa e viva o futsal

E com muito agrado que vejo este Blog a "servir" como meio de partilha de ideias, informações, e questões que surgem diariamente, a todos quantos vivem o futsal de uma forma intensa e dedicada. O pressuposto da criação deste Blog é fomentar este espírito, e aos poucos estamos a conseguir...
Em relação ao "scouting", eu sempre que posso gosto de observar ao vivo. Foi um hábito criado por mim, até porque na divisão de honra distrital é difícil fazê-lo de outra forma.
Quanto à ferramenta que utilizo, é um bloco feito por mim (fiz o ficheiro, e depois mandei encadernar em A5, num total de páginas que dê para cerca de 20 observações em cada bloco/caderno).
Partilho-o aqui convosco, e terei muito gosto em puder ver as ferramentas por vós utilizadas...

Link que dá acesso ao ficheiro com 11 paginas (que utilizo para a observação de cada adversário):

http://pt.scribd.com/doc/75720480/observacao

Recordo que esta é a "ferramenta" que utilizo para observações ao vivo...

Cumprimentos, Rogério Paulo Serrador

Oh Rogério...
Bolas, são muitas páginas para cada equipa... hehehe

Miguel

Pode meter o seu Miguel? Obrigado

isso depende de cada um Miguel, são hábitos e rotinas que se ganham.
Lembra-te que está em caderno A5, para mim é bastante prático...

Já agora... que programas utilizam? Power point,e mais?

Boas Anónimo. Já agora posso perguntar quem és?

Respondendo á tua pergunta, para o mim o powerpoint é sem dúvida a ferramenta mais poderosa se falo em "desenhar" depois existem outros que se utiliza para editar os videos como o Final Cut Pro ou o Pinnacle

Boa tarde.

Antes demais deixem-me deixar aqui um elogio aos colaboradores deste blog, excelente iniciativa, espero vir aqui beber muita informação para me tornar melhor treinador.

Obrigado.

Se ser treinador numa distrital é, segundo alguns testemunhos, limitador ao Scouting, então que dizer de ser treinador numa equipa feminina distrital ... ou seja ... estou a anos luz de qualquer realidade aqui presente ... que em aspectos (não utilizo acordo ortográfico) competitivos, quer em qualidade e treino, quer ainda em qualidade como treinador.

No entanto e dentro da minha realidade, faço Scouting ...

Sempre que posso vou observar as equipas adversárias e depois em casa faço um resumo do que vi e claro um resumo daquilo que considero mais importante no adversário (o seu conjunto ou as suas individualidades) e depois faço aquilo que considero normal, transmito o que vi às minhas jogadoras e tento que elas percebam a melhor forma de parar os aspectos fortes do adversário e aproveitar os fracos... se consigo? Ai já é outra história ... vou conseguindo eh eh eh pouco mas vou ... elas tentam pel menos.

Tenho todos os treinos planeados e no inicio da época fiz um power point (fraquinho é certo) a explicar o que pretendia para como sistema defensivo e ofensivo, bolas paradas e dei ás minhas jogadoras, só me falta fazer para os adversários, mas isso terá de ser com calma.

Desculpem a intromissão deste leigo num tão distinto painel.

Com os melhores cumprimentos,

Marco Aurélio

Fico contente com todas as "intromissões"... só assim podemos "crescer" dentro da modalidade. Fico com pena que várias sejam as pessoas que lêem o que se vai debatendo e poucas são as que colaboram e dão a sua opinião!!!
Gosto muito desta frase, e que utilizo bastantes vezes e em distintas situações: "Duas coisas indicam fraqueza – calar-se quando é preciso falar, e falar quando é preciso calar-se."
(Provérbio persa)
Aqui é claramente um local onde acho que é preciso falar!!!

Continuem a colaborar e podem até propor temas para trocarmos ideias!!! abraço

Bom Dia;

Sou atleta de futsal em "Final de Carreira" e é com grande agrado que vejo a evolução do futsal neste últimos 15 anos no distrito de Leiria.

Mais me agrada ver este novo grupo de jovens treinadores a partilharem as suas vivências e opiniões.

Espero aprender com os vossos textos, para continuar a evoluir neste mundo fascinante do futsal. Quando sentir que posso dar uma opinião útil para todos seguramente irei partilhar.

Saudações Desportivas
Sérgio Correia

Boa noite.

Concordo plenamente com a frase que apresenta o Nuno, às vezes não se sabe é o que dizer ....

E quando a experiência enquanto técnico se resume a uma época a treinar uma equipa feminina ... menos se sabe perante o conhecimento claro.

Tive a oportunidade de questionar aquando as aulas práticas do último curso de treinadores da AFLeiria ... o que fazer a nível de treinos para uma equipa feminina onde 85% das jogadoras nunca tinha feito um treino organizado ... nem sonhavam fazê-lo ...

Se a esses 85% juntarmos as restantes 15% que apesar de terem sido federadas apresentam as mesmas carências das que nunca tinham feito nada ... consegue-se perceber a minha dificuldade em organizar o que se chama um micro ciclo, e mesmo as unidades de treino, com ou sem observação aos adversários.

Tenho tentado de tudo ... passe e receção simples ... integrado no modelo de jogo que pretendo ... exercícios com base nesse modelo ... etc etc etc ... mas as carências continuam lá ... muito menos felizmente mas estão lá ... e já foram 150 unidades de treino...

Pesquiso ... Observo ... pergunto ... mas sinto dificuldades em organizar anda mais o meu trabalho ... limitação minha óbvio..

Que me diz?

Cumprimentos

Marco Aurélio

Marco... Se as dificuldades são essas todas que falas, obviamente que tens que começar do zero! aquilo que eu enquanto professor, faço nas minhas aulas de educação física... aprender os fundamentos primeiro... passe, recepçao, remate, condução... e depois ir condicionando os jogos tendo em conta a evolução que elas vão tendo...
Obviamente, se já fizeste 150 unidades de treino ( o que é muito bom a esse nível), elas já evoluiram bastante... e se continuares empenhado, elas vão continuar a melhorar certamente.

abraço
nuno dias

Enviar um comentário